domingo, 28 de novembro de 2010

A música a serviço de Deus

No Evangelho de Mateus existe uma parábola sobre um senhor que indo viajar ao exterior confia a seus servos seus bens e passado algum tempo volta aos servos pedindo as contas, ou seja, os rendimentos sobre aquilo que anteriormente lhes havia confiado.


“O que tinha recebido cinco talentos aproximou-se e apresentou outros cinco: "Senhor, disse, confiaste-me cinco talentos; aqui têm outros cinco que ganhei". O senhor disse-lhe: "Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, eu te confiarei muito; vem alegrar-te com teu senhor". (...) Aproximou-se também o que tinha recebido apenas um talento, e disse: "Senhor, sei que és homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste. Por isso tive medo e fui esconder teu talento na terra; aqui tens o que é teu". Respondeu o senhor: "Servo mau e preguiçoso, sabias que colho onde não semeei e recolho onde não espalhei. Devias, pois, depositar meu dinheiro num banco para, na volta, eu receber com juros o que é meu. Tirai-lhe o talento e dai-o ao que tem dez. Pois ao que tem muito, mais lhe será dado e ele terá em abundância. Mas ao que não tem, até mesmo o que tem lhe será tirado.”


Esta parábola traz a tona uma importante reflexão: os dons que nos são confiados. E a música está entre os dons mais lindos que uma pessoa pode receber. No entanto, assim como na parábola onde o servo fiel ‘cultiva’ os talentos e os faz render, o mesmo se aplica a todos os outros dons.


Em música cultivamos este dom através do estudo constante, da concentração e da boa vontade para sempre aprender algo novo, ou ainda dividir esse conhecimento com outros, seja como professor humildemente dividindo com os alunos o pouco que sabe – e ainda aprendendo mais e mais com eles –, ou como simples esforço para ajudar o próximo que se encontra em dificuldades.


Este ano na escola de música Tecl’Art vimos o crescente número de alunos que vieram a procura do estudo da música não apenas como diversão, descontração ou algo mais sério, mas como um lindo modo de adorar e demonstrar todo o amor a Deus. E diante de algo tão maravilhoso, o que podemos ver são os dons se multiplicando e ficamos imensamente felizes por isso porque são talentos sólidos e bons e que nos inspiram sempre mais, não apenas como difusores de música, mas de adoradores.


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Os estereótipos de alguns músicos



Olá pessoal!
Estava passeando por alguns blogs nas férias e encontrei um textinho bem legal aqui descrevendo os estereótipos dos músicos de orquestra. Como ainda não temos uma orquestra (=D), foi transcrito para cá apenas os instrumentos que nós temos mais contato. Divirtam-se!!

Violinista - Alto, sempre com um pinta de importante. Adoraria ser maestro, mas acha uma posição muito inferior ao seu talento. Considera-se o mais importante da orquestra e tudo que diz reforça essa tese. Antes do ensaio, toca sempre partes do concerto de Brahms, para impressionar os outros violinistas. Quando o maestro chama a atenção de outro naipe, o violinista sempre dá um sorriso sarcástico, quase imperceptível. Sai de cada ensaio com o orgulho de "dever cumprido" e vai para casa - um apartamento minúsculo -, onde uma foto da mãe está acima do espelho gigante na sala.

**Qualquer semelhança com o tio Jhonata não é mera coincidência!

Violista - É o coitado da orquestra. Introvertido, olhar triste. O maestro nunca lhe chama a atenção: afinal a parte a viola não tem importância mesmo. Começou na música com sonhos ambiciosos de ser um violinista de sucesso, mas por falta de talento ou estudo trocou para a viola e, desde então, é um frustrado. Juntamente com o pianista acompanhador, é um suicida em potencial, mas sem coragem para o ato. Carrega sempre o estojo surrado com a viola e sempre responde com um sorriso amarelo a pergunta "você toca violino?". Um segredo: todo violista tem um bom coração, mas ninguém percebe.

**A escola oferece aulas de viola... Talvez isso explique por quê não há alunos matriculados neste instrumento!

Contrabaixista - Baixinho e temperamental. Escolheu o contrabaixo para "impor respeito", mas o tiro saiu pela culatra. Estuda somente nos ensaios, a não ser que tenha que tocar uma peça barroca, onde é o único a tocar o baixo. Acha-se importante por sustentar toda a orquestra, mas na verdade sabe que ninguém o ouve. Sempre com camisa branca e cabelo curto. Toca baixo elétrico secretamente.

Violonista - O melhor amigo de todo mundo. Companhia perfeita para o choppinho da tarde. Rabo de cavalo e óculos escuros são pré-requisitos. Relaxado e "eclético", mas odeia ser chamado de guitarrista. Tem vários amigos e várias namoradas. Jura que toca um instrumento clássico, mas não hesita em aceitar fazer "cachê" em barzinho de bossa nova. Passat velho ou bicicleta.

** Êêê, se tia Ana Lúcia fosse homem!!!

Pianista acompanhador - Olhar cabisbaixo, terno preto e surrado. Cabelos castanhos e despenteados. Carrega sempre uma pastinha com partituras. Odeia cantores, afinal "Não sabem contar". Autoestima em baixa, é um suicida em potencial. Jura que nunca mais vai aceitar tocar "em cima da hora", mas sempre aceita uma emergência. Vive com a esperança de que alguém finalmente reconheça seu trabalho duro - o que nunca acontece.


** Ps.: O pianista acompanhador é o professor Leandro.

Pianista solista - Cabelo preto e curto. Sempre ocupado porque precisa "estudar". Nunca vai a festas, e, quando aparece, vem sozinho e sai mais cedo. Quando olhamos em seus olhos, nunca sabemos o que está se passando pela sua cabeça. Tem um papo agradável, mas é um alienado em relação a assuntos extra-musicais. Adora comparar gravações de outros pianistas. Tem sempre uma ou duas cantoras apaixonadas por ele, mas está sempre muito ocupado para relacionamentos. Admirado pelos violinistas, acha tocar música de câmara uma perda de tempo.

Flautista - É o violinista das madeiras, mas não tão metido. É perfeccionista, mas sabe que o mundo não é perfeito. Adora Debussy e fica horas ouvindo suas proprias gravações. Enxerido, dá palpite até no dedilhado do trompista. Vive num mundo à parte e cuida da flauta como se fosse sua filha. É o único que não acha o som do piccolo irritante.

** Esse seria o João Marcus??

Percussionista - Magro com bracos longos, o percurssionista se gaba de tocar "mais de 20 instrumentos diferentes" e "tirar música de qualquer lugar", mas, por alguma razão incompreensível, sempre entra na hora errada - "culpa da orquestra que está arrastando o tempo" ele diz. Toca bateria numa banda de garagem escondido e acha o Bolero de Ravel um saco, mas sempre fica nervoso antes de apresentá-lo. Nos ensaios é sempre o primeiro a ir para casa e nos concertos sempre o último e ainda fica resmungando por ter que "desmontar" o "equipamento". Um cara legal que acha qualquer sinfonia clássica "cachê fácil" e jura que existe uma técnica especial de se tocar triângulo.

** Tarcísio toca o Bolero de Ravel?

Texto de
Bernardo Scarambone.