segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

"A Prática leva a Perfeição"



Por que é tão difícil se aperfeiçoar em seu instrumento, embora você saiba que praticou? Infelizmente, o provérbio "prática leva a perfeição" não é sempre verdadeiro. Prática inadequada freqüentemente leva a resultados pobres. Por que? Muitos de nós simplesmente não sabemos como praticar produtivamente. A avaliação seguinte dos princípios de prática fornecerá modos úteis para que você possa criar suas próprias sessões de prática produtiva.


1. Horários para praticar:

Quando é seu horário ideal? Se você se sentir mais disposto de manhã, prática matutina pode ser ideal. Se você sentir seu cume de energia à tarde ou de noite, pratique então. Você cansa facilmente quando você pratica? Divida seu tempo de prática em dois segmentos em vez de ter uma sessão de prática longa. Qualquer horário que você escolher deve ser consistente, e tentar praticar no mesmo horário, cinco ou seis dias por semana.


2. Local:

Quando você praticar, ache um quarto quieto onde você não será incomodado.


3. Acessórios de música:

Antes da contagem de tempo do seu horário para prática, reúna todo o material de que você precisará. Música, lápis para marcar passagens e digitações difíceis, e um estande de música são necessidades básicas. Se você praticar sentando (alguns professores preferem que você permaneça de pé), tenha certeza de que você esteja usando uma cadeira não muito suave, ou será difícil tocar adequadamente e com a postura correta.


4. Necessidades físicas:

Antes de você começa a praticar, beba água, tenha alguma fruta ou um lanche saudável para acelerar seu nível de açúcar no sangue. Se você se preparar fisicamente antes de começar a praticar, você perceberá que pode se concentrar mais facilmente, e você não interromperá sua prática para idas a cozinha ou ao banheiro. Tocar um instrumento musical não é uma experiência passiva. Você precisa de força e energia física para praticar adequadamente. Se você praticar quando cansado, você pode correr o risco de adquirir hábitos inadequados e errôneos para se tocar um Violino.


5. Duração da Sessão de Prática:

Quanto tempo você pratica todo dia é irrelevante. Quanto você realiza quando você pratica é o que conta. É ótimo seguir um tempo de prática marcada, mas se seu ritual diário de prática consiste em tocar pedaços repetidas vezes, durante vários minutos, fazendo com que você se disperse mentalmente, então você não deve estudar nestes momentos. É fácil reforçar enganos quando você não se concentra enquanto toca ou quando você pratica sem propósito ou enfoque. Direcione-se para a prática de qualidade, e não na quantidade que só favorece o cansaço e a imperfeição.


6. Sessões de prática produtivas:

As sessões de prática estruturada são a chave para a prática produtiva. As sugestões seguintes ajudarão você a progredir, em vez de estacionar ou mesmo regredir, em seus momentos de estudos:

  • Aquecimento: Antes da prática, faça alongamentos: braços, mãos, dedos, ombros, pescoço e até pernas se você for praticar de pé. Cada sessão de prática deve começar tornando flexível e fortalecendo seus dedos através das escalas, dos exercícios, dos arpejos.

  • Pratique com Propósito: Tenha um ou mais objetivos todo tempo que você pratica. No princípio das sessões de prática, pergunte a você mesmo: "O que quero realizar hoje? Eu desejo melhorar algum trecho específico? Lentamente aprenda por partes um novo trecho de exercício ou melodia, toque com musicalidade, ou conserte alguns pontos do problema. Quando você pratica, seu enfoque pode mudar enquanto você continua a analisar seu modo de tocar, com perguntas como: "Eu estou tocando afinado? O ritmo está correto? Que parte necessito exercitar mais?"

  • Problemas-soluções: Um dos caminhos mais eficazes para fazer um som ou trecho melhorar, é definir as passagens difíceis e então trabalhar em uma seção pequena de cada vez. Não reforce enganos repetindo-os. Identifique o problema, então determine como você poderá resolvê-lo. Toque as notas de um trecho muito lentamente, uma nota de cada vez, até que você esteja tocando com o ritmo adequado e afinação perfeita. Uma vez que soa correto, toque repetidas vezes, ganhando gradualmente velocidade até que o trecho da música ou exercício esteja no tempo certo. É sempre mais simples começar em uma velocidade mais lenta e ir, gradativamente, aumentando seu ritmo.

  • Observar Problemas: Às vezes, pode ser útil gravar seus estudos (fita ou vídeo) para definir problemas ao ouvir e/ou assistir a gravação. Se você estiver tendo dificuldade com uma passagem rápida, tente tocar lentamente esse trecho, então experimente com variações rítmicas: freqüentemente ajuda. Por exemplo, numa passagem rápida, em vez de tocá-la toda no mesmo tempo, tente: Longo-curto-longo-curto-longo-curto-longo etc. Então, inverta a seqüência e toque a passagem: Curta-longa-curta-longa-curta-longa-curta etc. Outra técnica de prática para passagens rápidas está em repetir rapidamente cada nota duas, três ou quatro vezes (por exemplo: d-d-d-d-a-a-a-a-c-c-c-c —quase como se você estivesse tocando um trêmulo dobrado na mesma nota).

  • Musicalidade: Você está expressando-se com a música, ou você está repetindo mecanicamente notas de uma página impressa? Musicalidade: a habilidade de interpretar uma melodia com sentimento, é o que distingue a apresentação de um bom músico daquele que é automatizado. Precisa de idéias? Primeira, experimente estudar a música, antes de tocar, que está em suas mãos percebendo qual é a dinâmica, o estilo de tocar, e o tempo ou velocidade em que a música deve ser tocada. Você pode ganhar adicional interpretação e percepção, escutando gravações da mesma música tocada por artistas diferentes, ou por pesquisa à história do compositor, ou a era em que a música foi composta. Então, experimente! Tente frasear ou explore variações na produção do tom, no estilo e na intensidade. Memorizar uma parte também pode ajudar você a alcançar a liberdade de expressão. Uma vez que você sabe a música de cor, achará mais fácil interpretá-la no seu próprio estilo.

  • Relaxamento: No fim de cada sessão de prática, é sempre aconselhável alongar e depois relaxar os músculos.

Deixe a música começar!

Você pode fazer do provérbio "a prática leva a perfeição" realizar-se para você. Estudar com prazer e muita concentração.

Você logo descobrirá o quão recompensador é praticar com qualidade.


Texto retirado do Blog http://rosangelaeducaparaofuturo.blogs.sapo.pt/5932.html

domingo, 28 de novembro de 2010

A música a serviço de Deus

No Evangelho de Mateus existe uma parábola sobre um senhor que indo viajar ao exterior confia a seus servos seus bens e passado algum tempo volta aos servos pedindo as contas, ou seja, os rendimentos sobre aquilo que anteriormente lhes havia confiado.


“O que tinha recebido cinco talentos aproximou-se e apresentou outros cinco: "Senhor, disse, confiaste-me cinco talentos; aqui têm outros cinco que ganhei". O senhor disse-lhe: "Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, eu te confiarei muito; vem alegrar-te com teu senhor". (...) Aproximou-se também o que tinha recebido apenas um talento, e disse: "Senhor, sei que és homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste. Por isso tive medo e fui esconder teu talento na terra; aqui tens o que é teu". Respondeu o senhor: "Servo mau e preguiçoso, sabias que colho onde não semeei e recolho onde não espalhei. Devias, pois, depositar meu dinheiro num banco para, na volta, eu receber com juros o que é meu. Tirai-lhe o talento e dai-o ao que tem dez. Pois ao que tem muito, mais lhe será dado e ele terá em abundância. Mas ao que não tem, até mesmo o que tem lhe será tirado.”


Esta parábola traz a tona uma importante reflexão: os dons que nos são confiados. E a música está entre os dons mais lindos que uma pessoa pode receber. No entanto, assim como na parábola onde o servo fiel ‘cultiva’ os talentos e os faz render, o mesmo se aplica a todos os outros dons.


Em música cultivamos este dom através do estudo constante, da concentração e da boa vontade para sempre aprender algo novo, ou ainda dividir esse conhecimento com outros, seja como professor humildemente dividindo com os alunos o pouco que sabe – e ainda aprendendo mais e mais com eles –, ou como simples esforço para ajudar o próximo que se encontra em dificuldades.


Este ano na escola de música Tecl’Art vimos o crescente número de alunos que vieram a procura do estudo da música não apenas como diversão, descontração ou algo mais sério, mas como um lindo modo de adorar e demonstrar todo o amor a Deus. E diante de algo tão maravilhoso, o que podemos ver são os dons se multiplicando e ficamos imensamente felizes por isso porque são talentos sólidos e bons e que nos inspiram sempre mais, não apenas como difusores de música, mas de adoradores.


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Os estereótipos de alguns músicos



Olá pessoal!
Estava passeando por alguns blogs nas férias e encontrei um textinho bem legal aqui descrevendo os estereótipos dos músicos de orquestra. Como ainda não temos uma orquestra (=D), foi transcrito para cá apenas os instrumentos que nós temos mais contato. Divirtam-se!!

Violinista - Alto, sempre com um pinta de importante. Adoraria ser maestro, mas acha uma posição muito inferior ao seu talento. Considera-se o mais importante da orquestra e tudo que diz reforça essa tese. Antes do ensaio, toca sempre partes do concerto de Brahms, para impressionar os outros violinistas. Quando o maestro chama a atenção de outro naipe, o violinista sempre dá um sorriso sarcástico, quase imperceptível. Sai de cada ensaio com o orgulho de "dever cumprido" e vai para casa - um apartamento minúsculo -, onde uma foto da mãe está acima do espelho gigante na sala.

**Qualquer semelhança com o tio Jhonata não é mera coincidência!

Violista - É o coitado da orquestra. Introvertido, olhar triste. O maestro nunca lhe chama a atenção: afinal a parte a viola não tem importância mesmo. Começou na música com sonhos ambiciosos de ser um violinista de sucesso, mas por falta de talento ou estudo trocou para a viola e, desde então, é um frustrado. Juntamente com o pianista acompanhador, é um suicida em potencial, mas sem coragem para o ato. Carrega sempre o estojo surrado com a viola e sempre responde com um sorriso amarelo a pergunta "você toca violino?". Um segredo: todo violista tem um bom coração, mas ninguém percebe.

**A escola oferece aulas de viola... Talvez isso explique por quê não há alunos matriculados neste instrumento!

Contrabaixista - Baixinho e temperamental. Escolheu o contrabaixo para "impor respeito", mas o tiro saiu pela culatra. Estuda somente nos ensaios, a não ser que tenha que tocar uma peça barroca, onde é o único a tocar o baixo. Acha-se importante por sustentar toda a orquestra, mas na verdade sabe que ninguém o ouve. Sempre com camisa branca e cabelo curto. Toca baixo elétrico secretamente.

Violonista - O melhor amigo de todo mundo. Companhia perfeita para o choppinho da tarde. Rabo de cavalo e óculos escuros são pré-requisitos. Relaxado e "eclético", mas odeia ser chamado de guitarrista. Tem vários amigos e várias namoradas. Jura que toca um instrumento clássico, mas não hesita em aceitar fazer "cachê" em barzinho de bossa nova. Passat velho ou bicicleta.

** Êêê, se tia Ana Lúcia fosse homem!!!

Pianista acompanhador - Olhar cabisbaixo, terno preto e surrado. Cabelos castanhos e despenteados. Carrega sempre uma pastinha com partituras. Odeia cantores, afinal "Não sabem contar". Autoestima em baixa, é um suicida em potencial. Jura que nunca mais vai aceitar tocar "em cima da hora", mas sempre aceita uma emergência. Vive com a esperança de que alguém finalmente reconheça seu trabalho duro - o que nunca acontece.


** Ps.: O pianista acompanhador é o professor Leandro.

Pianista solista - Cabelo preto e curto. Sempre ocupado porque precisa "estudar". Nunca vai a festas, e, quando aparece, vem sozinho e sai mais cedo. Quando olhamos em seus olhos, nunca sabemos o que está se passando pela sua cabeça. Tem um papo agradável, mas é um alienado em relação a assuntos extra-musicais. Adora comparar gravações de outros pianistas. Tem sempre uma ou duas cantoras apaixonadas por ele, mas está sempre muito ocupado para relacionamentos. Admirado pelos violinistas, acha tocar música de câmara uma perda de tempo.

Flautista - É o violinista das madeiras, mas não tão metido. É perfeccionista, mas sabe que o mundo não é perfeito. Adora Debussy e fica horas ouvindo suas proprias gravações. Enxerido, dá palpite até no dedilhado do trompista. Vive num mundo à parte e cuida da flauta como se fosse sua filha. É o único que não acha o som do piccolo irritante.

** Esse seria o João Marcus??

Percussionista - Magro com bracos longos, o percurssionista se gaba de tocar "mais de 20 instrumentos diferentes" e "tirar música de qualquer lugar", mas, por alguma razão incompreensível, sempre entra na hora errada - "culpa da orquestra que está arrastando o tempo" ele diz. Toca bateria numa banda de garagem escondido e acha o Bolero de Ravel um saco, mas sempre fica nervoso antes de apresentá-lo. Nos ensaios é sempre o primeiro a ir para casa e nos concertos sempre o último e ainda fica resmungando por ter que "desmontar" o "equipamento". Um cara legal que acha qualquer sinfonia clássica "cachê fácil" e jura que existe uma técnica especial de se tocar triângulo.

** Tarcísio toca o Bolero de Ravel?

Texto de
Bernardo Scarambone.